26 de outubro de 2013

Assignment 1 - Urban Texture Intervention/Utopian Project

O objetivo
Eu já falei um pouco da primeira parte desse trabalho, que aconteceu antes da viagem de bicicleta.

Então, a intenção da viagem era fazer com que tomássemos consciência da região de Øresund e então propuséssemos a solução ou a melhoria de algum dos problemas. O grupo foi o mesmo da primeira parte do trabalho, então fiquei no grupo com uma sueca e uma lituana.  Descrição da disciplina mal e porcamente traduzida pelo Google Tradutor:

"Desenvolvimento de intervenções em contextos urbanos existentes na escala do plano local. A tarefa é tanto para identificar problemas como a fornecer sugestões para intervenções e estratégias que podem fornecer respostas para os mesmos. Com base no registro e análise de texturas urbanas essa tarefa envolve o desenvolvimento de intervenções dentro dos padrões urbanos. A tarefa exige uma identificação e enquadramento das questões contemporâneas relevantes de interesse, bem como o fornecimento de estratégias de intervenção que oferecem uma resposta."

O processo
O começo foi muito difícil. E o meio. E o fim também.

O maior problema, para mim, foi o ritmo de trabalho e o jeito de pensar e trabalhar muuito diferentes.  Além disso, dominar o projeto na escala urbana - estávamos trabalhando com 1/1000 e depois com 1/500 - demorou, ainda mais porque queríamos fazer algo pequeno e na escala das pessoas. Os professores também não ajudaram muito no início; tivemos algumas table crits, que são o "mostrar o projeto para os professores" e a única coisa que tirávamos delas era que estávamos indo para a direção errada e praticamente toda semana tínhamos que começar o projeto do zero.

Quanto ao método de trabalho, os professores concentraram muito nos modelos físicos. Toda semana eles esperavam da gente pelo menos 10 maquetes de estudo (sketch models). No final foi muito importante, já que conseguimos descartar um monte delas e escolher, finalmente, uma ideia para se aprofundar - na segunda-feira da semana de entrega! Esse tipo de trabalho, que alguns professores da FAU até tentam colocar em prática, mas acho que os próprios alunos não gostam/tem preguiça, foi muito produtivo. Eu pessoalmente não sou fã de maquete - sou muito "lambona" e nunca sai do jeito que eu quero -, mas a experiência toda foi boa nesse sentido e eu até passei a gostar mais de fazer modelinhos.

Também foi difícil pro grupo decidir o que a gente queria, qual problema iríamos resolver. A gente discutiu muito projeto e ideias, coisas que eu acho que nunca fiz na FAU, não nesse nível e intensidade. Foi um pouco frustrante pra mim também, já que a maioria das minhas ideias não agradavam o resto do grupo. Acabou que nem o projeto nem a apresentação final ficaram muito "com a minha cara", mas eu gostei do resultado final.

Boards - nossos quadros onde colocávamos tudo o que estávamos pensando pra mostrar aos professores

Modelos da primeira semana e modelo que escolhemos no final

Momento dica
A entrega final era um modelo na escala 1/1000 em MDF cortado a laser, do mesmo modo em que fizemos nos casos de estudo, e um modelo na escala 1/500 do material que a gente escolhesse. A gente acabou escolhendo fazer de madeira com acrílico, cortando tudo a laser. Como na faculdade tem que pagar pra usar a máquina, fomos em um centro cultural onde dava pra cortar de graça! O Valby Vandkulturhus é um lugar muito legal e útil. Eles têm um ateliê, onde tem a impressora a laser, impressora 3D, cortador de isopor, máquinas de costura e etc., tudo de graça! Além de venderem material também

Quanto ao material, dá pra comprar madeira e outras coisas na faculdade mas, como sempre, é mais caro. As lojas em que fomos comprar material foram a Silvan, loja de material de construção, a Tutein & Koch, loja de de material de artes e desenho, e a Stelling, também de material de artes mas que fica no campus. Além dessas, também tem a Creas, mas eu ainda não fui nela.

Máquina de cortar isopor no ateliê e a laser cut :)

Final Crit
A última semana antes da entrega foi horrível. Ficar de 9 da manhã a 9, 10 da noite no ateliê todos os dias - e até as 3 da madrugada no último dia - acabaram comigo. Ainda mais porque eu não acho que nós precisávamos de tanto tempo assim - como eu disse, os ritmos de trabalho dentro do grupo eram muito diferentes.

Ateliê lindo e vazio num sábado de manhã!

Apesar de tudo,  e para a nossa surpresa, a crítica final do trabalho foi muito boa. Muito mesmo! Acho que foi uma das melhores críticas que eu tive até hoje. Os professores gostaram muito dos modelos e do nosso conceito. Elogiaram muito o processo e acharam nosso ponto de vista e nossa utopia importantes para o mundo contemporâneo e para o futuro. Um deles chegou até a falar que o que nós fizemos foi o oposto do funcionalismo - "A forma segue a função" -, chegando a falar que, no nosso projeto, "a forma determina a função". :) Foi uma ótima sexta-feira e a gente viu que todo o trabalho valeu a pena!

A única coisa ruim foi que, no final, as meninas trataram o projeto como se fosse delas duas, sendo eu só uma pessoa a mais no grupo... Mas enfim, já passou. Bola pra frente! 

Modelos na 1/500
Modelos na 1/100 + casos de estudo

Sketch models!

O projeto
O que nos chamou atenção durante a viagem de bicicleta foi a grande diferença entre o lado sueco e dinamarquês da região Øresund. Enquanto na Dinamarca a maior parte da costa é ocupada por cidades, tendo ainda a grande região metropolitana de Copenhagen, na Suécia predominam grande áreas de agricultura e pequenas cidades na maioria, o que faz com que muita gente acabe de deslocando em movimento pendular (commuting) para a região de Copenhagen para estudar, trabalhar, comprar bebida, etc. Então nós queríamos criar um balanço entre os dois lados da região, convidando as pessoas a "comutar" para o lado sueco e também para os campos e a natureza. 

Outra coisa que nos chamou atenção foi a diferença na vida de quem mora no campo e na cidade. Vendo as vantagens e desvantagens de cada um tentamos juntar "o melhor dos dois mundos" em um lugar, que seria nossa utopia. Nossa área de trabalho ficou sendo, então, os grandes campos de agricultura no lado sueco, onde nós queríamos propor uma comunidade agrícola auto suficiente, onde as pessoas pudessem tem uma vida simples. Na nossa comunidade teria espaço para pequenos fazendeiros, pessoas que gostam de trabalhar no campo ou com animais ou que quisessem ter essa experiência, pesquisadores interessados no campo, voluntários e pequenos comerciantes de alimentos e produtos relacionados à agricultura.

Queríamos criar um senso de comunidade forte, então fomos olhar referência nos Kibbutz israelitas e em monastérios, onde as pessoas vivem juntas e dividem as tarefas e deveres do dia-a-dia, sendo ainda lugares isolados na paisagem e sem forte conexão com a cidade.

Como queríamos que as pessoas realmente vivessem em comunidade e passassem muito tempo juntas, nosso principal conceito foi a ideia de viver sob o mesmo teto - Living under the same roof. O mercado foi o ponto central da organização, possuindo uma área aberta em volta dele e também sendo o ponto de convergência dos caminhos de acesso. Queríamos flexibilidade e não limitar a vida das pessoas, então, além dos três principais acessos - onde as principais funções ficavam - criamos vários caminhos debaixo dos telhados e entre as casas, para que as pessoas pudessem facilmente acessar o campo, o mercado, o salão de jantar, as estufas, o centro educacional e de pesquisa e suas próprias casas. As casas foram o mais simples possível, sendo para uma ou duas pessoas e tendo banheiro comunitários.
Também propusemos áreas de estoque de alimentos, equipamentos e áreas para animais, que ficam mais perto do campo.

Essa foi a apresentação final. Os slides estão meio que na ordem que eu falei aqui, então dá pra entender algo :)




Maquete, maquete, maquete! 
Essas coisinhas pequenas são árvores, tratores e vaquinhas!

No final, eu quase pude ouvir o narrador da minha vida contanto uma moral da história e falando como eu aprendi muitas coisas, apesar do sufoco. :)

3 comentários:

  1. Muito legal saber da sua experiência, Giordana! Me identifiquei bastante quando vc disse que está enfrentando o problema da "diferente forma de pensar". A gente aprende muito com isso! Obrigada por partilhar a experiência, assim todos nos aprendemos um pouco com vc tb! Bjao

    ResponderExcluir
  2. Curti². E adorei as maquetes! E adoraria que tivessem lugares para cortar e etc por aqui. Acho nossas maquetes de isopor da FAU cortadas lindamente com o estilete tão deprimentes.

    ResponderExcluir
  3. huuuum, sinto cheiro de urbanismo progressista do sec XX ehhehehe Gi, que legal!!! Por um momento levei uma cutucada, afinal, trabalhamos juntas... rs mas é bom ver que a gente pode ter mais assistência por aí (eur), e que você tá sugando muito! parabéns pelo trabalho, depois quero saber tuuudo sobre ele (: ps: que disposição para maquetes (a parte do não gostam/TEM PREGUIÇA é completamente certa)

    ResponderExcluir